Exames Antidoping no Brasil
           No Brasil os dois únicos laboratórios de controle antidoping são: o Laboratório de Controle de Dopagem da Universidade Federal do Rio de Janeiro, credenciado desde 2002 pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), e o Laboratório de Análises Toxicológicas da Faculdade de Ciências Farmacêuticas da Universidade  de São Paulo.  
          A Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) e a Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt) apresentam também programas de controle antidoping dentro e fora de competição, que eventualmente incluem controle de eritropoetina (EPO) que, por não ser detectada no Brasil, é estudada fora de nosso país, em laboratórios internacionais igualmente credenciados pela AMA, como o INRS Santé, de Montreal, Canadá e Laboratoire National de Depistage du Dopage de Paris,França.                                                                                 
                                            
          A International Doping Test & Management (IDTM) também realiza controles fora de competição em nosso país para a AMA e para as Federações Internacionais de Atletismo, Desportos Aquáticos (Natação, Nado Sincronizado e Saltos Ornamentais), Tiro com Arco, e Triatlo, assim como para a ATP, enviando os controles para o laboratório do INRS de Montreal, Canadá.
          A comissão de coleta é constituída por uma pessoa treinada que vai coletar o material segundo um protocolo chamado de “cadeia de custódia”. No caso de urina uma amostra de no mínimo 75ml, depois de cedida pelo atleta, é dividida em duas partes em sua coleta, sendo colocada em dois frascos distintos, rotulados com um número idêntico e as letras A e B, com 2/3 e 1/3 do volume total de urina, respectivamente. Esta  amostra é então enviada por meio de um correio seguro ao laboratório para ser analisada. A primeira delas, com cerca de 50ml ou mais, é estudada inicialmente pelo laboratório. Designada pela letra A, a amostra é dividida em sete partes, sendo submetida à cromatografia gasosa, espectrometria de massas e ensaios imunológicos para hormônios peptídicos. O resultado é então informado, de modo sigiloso, às autoridades esportivas que solicitaram o exame.
           Caso seja encontrada a presença de uma substância ou método proibido, ou  de seus marcadores ou metabólitos, o atleta é informado, por meio de sua entidade, e expressa então o direito de utilizar-se, ou não, da segunda parte da amostra, designada pela letra B, com 25ml ou mais. Em caso afirmativo, a amostra B será analisada pela mesma técnica, na presença do atleta ou de seus representantes, bem como de sua Federação Internacional. Um resultado é considerado analiticamente adverso quando o atleta abdicar do direito de análise da amostra B ou quando esta análise também revelar a presença de substância ou método proibidos ou seus metabólitos e marcadores.
           É importante lembrar que a análise laboratorial realizada em competição é mais completa do que aquela efetuada nos controles fora de competição. Enquanto a análise em competição pesquisa todas as substâncias e métodos proibidos, os controles fora de competição compreendem apenas a pesquisa de anabolizantes, diuréticos e hormônios peptídicos, além dos métodos proibidos. Em seus controles fora de competição, o COB inclui a benzoilecgonina (cocaína) e o THC (cannabis), devido à freqüência relativa de seu uso no esporte e a importância da imagem dos atletas para a coletividade.
           Vale ressaltar que a identidade do atleta não é informada ao laboratório quando a urina é enviada para análise.
           A maior parte dos exames antidoping nacional realizados em competição são solicitados pelo futebol profissional. Já os exames fora de competição são realizados em sua grande maioria pelo Comitê Olímpico Brasileiro. Os controles em competição mostram um percentual de positividade baixo, enquanto que os controles fora de competição evidenciam um percentual médio discretamente elevado, mas ainda condizentes com dados da literatura internacional.
          O LAB DOP do Instituto de Química da UFRJ realiza a grande maioria dos exames em nosso meio, sendo os demais feitos pela USP, por Montreal e por Paris.

Referência Bibliográfica
·        DE ROSE, Eduardo Henrique et al . Controle antidoping no Brasil: resultados do ano de 2003 e atividades de prevenção. Rev Bras Med Esporte,  Niterói,  v. 10,  n. 4, Aug. 2004 Available from <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1517-86922004000400006&lng=en&nrm=iso>. access on  02  Oct.  2011.  http://dx.doi.org/10.1590/S1517-86922004000400006

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