Identificação do Mercúrio em materiais biológicos




Segundo alguns estudos, após um período médio de 72 dias, o mercúrio absorvido pelo organismo deixa de circular na corrente sangüínea, e a fração não eliminada é depositada nos tecidos e órgãos do corpo humano. O cabelo só pode ser usado como indicador da contaminação por mercúrio quando este metal está retido na corrente sangüínea, isto porque somente nesta fase o mercúrio é incorporado ao cabelo em formação. Por este motivo, a porção do cabelo formada neste período de exposição concentra grandes quantidades de mercúrio em um determinado ponto e, à medida que o cabelo vai crescendo, este ponto vai se afastando da raiz. Existem circunstâncias em que, particularmente, quando metais cumulativos, como o mercúrio são ingeridos em doses maciças, a análise longitudinal do cabelo deve revelar a história da poluição ambiental. Alguns dados sugerem que, no máximo um ano após haver uma grande exposição aos organo-mercuriais (fungicida), os níveis deste elemento no cabelo caem a níveis normais.
O mercúrio pode ser classificado em mercúrio metálico (elementar), sais de mercúrio inorgânico e mercúrio orgânico, sendo o último mais tóxico. A quantidade de mercúrio detectada no sangue e urina correlaciona-se com o grau de toxicidade. Deve-se ressaltar que a forma química do mercúrio influencia a interpretação dos resultados, e que correlação entre níveis laboratoriais e quadro clínico pode não ser absoluta, principalmente, na presença de lesão renal. Concentrações normais de mercúrio no sangue total, em indivíduos não expostos ocupacionalmente, são geralmente inferiores a 1 mcg/dl. Entretanto, indivíduos normais, que têm exposição ocupacional, leve podem apresentar rotineiramente níveis acima de 1,5 mcg/dl. Da mesma forma, uma dieta rica em peixes, frutos do mar e outros alimentos contendo mercúrio é causa comum de mercúrio moderadamente elevado na ausência de sintomas clínicos. A determinação de mercúrio em sangue total é o melhor indicador da exposição ao mercúrio orgânico (metilmercúrio). Considera-se exposição significativa ao mercúrio orgânico níveis maiores que 5 mcg/dl; no caso do mercúrio inorgânico considera-se valores maiores que 20 mcg/dl como indicativos de exposição significativa. Uma vez que menos de 10% do metilmercúrio é eliminado por excreção urinária, o teste urinário tem pouca sensibilidade para detecção do mercúrio orgânico, sendo utilizado como indicador do mercúrio inorgânico e elementar. Conforme a NR-7, o mercúrio urinário é o indicador biológico para exposição ao mercúrio inorgânico. Observa-se que manifestações clínicas de intoxicação não são comuns quando o mercúrio urinário encontra-se inferior a 500mcg/g creatinina. Mercúrio urinário pode ser usado para acompanhar terapia de quelação, que imobilizando o metal, aumenta a sua excreção urinária.
Método: Espectrofotometria de absorção atômica (gerador de Hidretos)
Valor de referência: Até 1,0mg/dL
Exposição significativa ao mercúrio orgânico: > 5,0mg/dL
Exposição significativa ao mercúrio inorgânico: > 20,0mg/dL
Condição 10,0mL de sangue total (heparina).

 Disponível em:<http://laboratorionobel.com.br/exame/364/mercurio-sangue.html> Acessado em 06 de novembre de 2011.

CÂMARA, V. M. et AL. Teores de mercúrio no cabelo: um estudo comparativo em trabalhadores da lavoura de cana-de-açúcar com exposição pregressa aos fungicidas organo-mercuriais no município de Campos — RJ.  Cad. Saúde Pública vol.2 no.3 Rio de Janeiro July/Sept. 1986

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