EXTRAÇÃO POR HEADSPACE
O headspace envolve o equilíbrio de analitos voláteis entre uma fase líquida ou sólida inferior (amostra) e uma fase de vapor localizada logo acima dessa, chamada headspace (HS) ou espaço confinante. O HS é uma mistura que contém menores quantidades de soluto em relação à complexidade de matrizes sólidas e / ou lìquidas; apenas essa fase de vapor é amostrada e transferida para um cromatógrafo a gás ou outro instrumento de análise, impedindo a contaminação do injetor, da coluna e do detector por substâncias não- voláteis. (MOREAU,2008).
No artigo “Residual solvent determination by head space gas chromatography with flame ionization detector in omeprazole API” exemplifica o uso de headspace sendo que o instrumento de análise é um cromatógrafo à gás.
Como a medida de solventes residuais é obrigatória para o teste de liberação de todos os ingredientes farmacêuticos (API), no artigo demonstra a monitorização utilizando-se cromatografia a gás “headspace”. Analisou solventes orgânicos residuais (metanol, acetona, cicloexano, diclorometano, tolueno) em omeprazol, ingrediente farmacêutico ativo. Considerando se que o omeprazol é termicamente lábil, a seleção da temperatura apropriada do injetor é crítica para impedir a degradação. A temperatura inicial do forno foi de 40 °C, por 12 minutos, e programada à taxa de acréscimo de 10 °C min−1 até a temperatura final de 220 °C, por 5 minutos. Nitrogênio foi utilizado como gás de transporte. Selecionou-se como solvente a N,N-dimetilacetamida. O método foi validado mostrando-se específico, linear, preciso, sensível, robusto e com excelente recuperação.
             Referências Bibliográficas:
  • PANDEY, Saurabh; KUMAR, Raj; Narendra; SINGH, Pal. Residual solvent determination by head space gas chromatography with flame ionization detector in omeprazole API; Brazilian Journal of Pharmaceutical Sciences  vol. 47, n. 2, apr./jun., 2011. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/bjps/v47n2/v47n2a19.pdf
  • MOREAU, Regina Lúcia de Moraes; SIQUEIRA, Maria Elisa Pereira Bastos de. Toxicologia Analítica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2008. 318 p.


MICROEXTRAÇÃO EM FASE SÓLIDA
SPME (Microextração em fase sólida) é uma microtécnica, que consiste em duas etapas: a adsorção e a desorção dos compostos em uma fibra de sílica fundida recoberta com material polimérico. A etapa de adsorção é realizada expondo a fibra diretamente na amostra ou em sua fase gasosa e a desorção ocorre no próprio injetor do cromatógrafo a gás ( ou no injetor de um HPLC).O dispositivo básico de SPME consiste de um bastão de fibra ótica, de sílica fundida (FS) de 100 mm de diâmetro, com 10 mm de uma extremidade recoberto com um filme fino de um polímero (por exemplo, polidimetilsiloxano (PDMS); poliacrilato (PA) ou Carbowax(Cwx)) ou de um sólido adsorvente ( carvão ativo microparticulado (Carboxen)). Abaixo uma figura representando uma fibra comercial em que o recobrimento, ou filme extrator, tem espessura de 100 mm.







Figura 1 : Dispositivo de fibra de SPME: (A) Posição com a fibra retraída na agulha ( tubo hipodérmico de diâmetro externo de 0,56 mm). (B) Posição com a fibra exposta. No detalhe são mostradas as dimensões típicas da sessão com recobrimento de 100 µm de espessura.


As espessuras dos recobrimentos, Lf, de fibras comerciais variam de 7 mm a 100 mm e seus volumes de 0,03 mL a 0,7 mL4,6. A extração ocorre mergulhando-se a seção recoberta na amostra, ou no seu "headspace".
 Com o dispositivo da fibra e o amostrador, o manuseio das fibras para extração é bastante facilitado. O dispositivo da fibra, que não pode ser manipulado diretamente, é usado com o amostrador onde, como mostrado na Figura 2, a fibra é presa a um êmbolo. Na extremidade oposta ao êmbolo, o tubo hipodérmico fica exposto, pois além de proteger a fibra ele é a agulha com que são perfurados septos.   
Na Figura 2B é mostrado que no corpo do amostrador existe uma fenda em forma de "Z", na qual corre um pino que, preso ao êmbolo, guia o seu deslocamento. No movimento de exposição da fibra, quando o pino atinge o corte transversal da fenda (Figura 2B), um pequeno giro do êmbolo trava a fibra na posição "exposta".


Figura 2: (A) Vista interna do amostrador de SPME com a fibra exposta; (B) vista com a fibra exposta         e o êmbolo travado pelo pino no centro da fenda em “Z”.

Com a fibra retraída na agulha, o septo do frasco de amostra é perfurado e a fibra é exposta à amostra. Terminado o tempo de extração a fibra é novamente retraída, a agulha é retirada do septo e levada para inserção no CG. Com a fibra retraída o septo do injetor é perfurado, a fibra é exposta para dessorção térmica e, terminada a dessorção, é retraída e a agulha retirada. Após o procedimento é altamente recomendável vedar a agulha com um pedaço de septo, para evitar contaminações da fibra, o que também auxilia amostrar em locais distantes e transportar o conjunto para o laboratório.                                                                              
   Segue na figura abaixo procedimentos para realizar a extração e dessorção no injetor do cromatógrafo.










Figura 3: Uso de amostrador de SPME para o processo de extração e o dessorção do material extraído para análise por CG.


Numa extração por SPME as moléculas do analito tem de se deslocar da matriz e penetrar no recobrimento e, para isto, resistências a transferências de massa devem ser vencidas, até que se estabeleça um equilíbrio de partição (ou de adsorção, para o caso de recobrimentos sólidos) do analito, entre a fibra e o meio que a envolve. Portanto, a teoria de SPME baseia-se na cinética de transferência de massa entre fases e na termodinâmica que descreve o equilíbrio de partição do analito entre elas.                                                   

Referências Bibliográficas:
  •  VALENTE, Antonio Luiz Pires; AUGUSTO, Fabio. Microextração por fase sólida. Quím. Nova,  São Paulo,  v. 23,  n. 4, Aug.  2000 .   Available from           <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422000000400016&lng=en&nrm=iso>. access on  27  Aug.  2011.  http://dx.doi.org/10.1590/S0100-40422000000400016. .

·          KOMATSU, Emy; MOREIRA, Jorge Vaz.Otimização dos parâmetros de extração para determinação multiresíduo de pesticidas em amostras de água empregando microextração em fase sólida.  Quím. Nova, São Paulo, v.27, n. 5, 2004. Available from <http://www.scielo.br/pdf/%0D/qn/v27n5/a08v27n5.pdf. Acesso 27/08/11



MICROEXTRAÇÃO EM FASE LÍQUIDA

A Microextração em fase líquida (LPME) pode ser considerada uma evolução dos métodos de microextração com solventes. Os poros de uma membrana capilar porosa e hidrofóbica (fibra oca) são impregnados com o solvente orgânico de extração e o seu lúmen é preenchido com microlitros de uma fase aceptora. Com isso, a fase aceptora não entra em contato direto com a matriz aquosa (fase doadora), permitindo aplicar agitação constante durante a extração. Além disso, o baixo custo de cada unidade de extração possibilita o seu uso uma única vez, evitando problemas de "carry-over", efeito normalmente observado em outras técnicas de extração com membranas.
LPME pode ser utilizada em dois modos: duas ou três fases, de acordo com as características do analíto em questão. No sistema de duas fases o analito é extraído da amostra aquosa (fase doadora) através de um solvente orgânico imiscível em água imobilizado nos poros da membrana passando para o mesmo solvente orgânico (fase aceptora), presente no lúmen da fibra. Para obtenção de resultados favoráveis neste modo de extração, o analito deverá ser moderada ou altamente hidrofóbico, podendo conter grupos ionizáveis ácidos ou básicos.
No modo de três fases, o analito é extraído de uma amostra aquosa (fase doadora) através de um solvente orgânico imiscível em água imobilizado nos poros da membrana, passando para uma solução aquosa (fase aceptora) presente no lúmen da fibra. A fase orgânica atua como uma barreira entre as fases aceptora e doadora (ambas aquosas), impedindo o contato entre as duas fases.


                       Há duas configurações principais em que a LPME é empregada: configuração em "U" que utiliza duas microsseringas conectadas à fibra (mais empregada) e, configuração tipo "haste" ("rod-like"), onde somente uma microsseringa é utilizada para injetar e coletar a fase aceptora. Como mostrado na figura a seguir.

           Referência Bibliográfica:
  • OLIVEIRA, Anderson Rodrigo Moraes de; MAGALHÃES, Igor Rafael dos Santos; SANTANA, Fernando José Malagueño de; BONATO, Pierina Sueli; Microextração em fase líquida (LPME): fundamentos da técnica e aplicações na análise de fármacos em fluidos biológicos.  Quím. Nova vol.31 no.3 São Paulo  2008. Disponível em:   http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0100-40422008000300031&lang=pt

Utilização de Processos de Extração na Análise Toxicológica

No preparo de uma amostra para se realizar a análise toxicológica, várias técnicas de extração podem ser empregadas. Sendo que extração é o processo de separação do componente sólido ou líquido de uma mistura, utilizando solvente (s).

Extração liquido-liquido

É usada quando se deseja remover do material de análise, um ou mais componentes, denominados solutos (analito), através do contato direto com um solvente, que é imiscível com o material de análise (matriz) e remove parcialmente os componentes desejados deste material. O analito migra para a fase do solvente por ter uma maior afinidade por essa fase do que pela fase da matriz.

Se um soluto possui um coeficiente de distribuição baixo entre um solvente orgânico e água, uma ou mais extrações simples não removerão o soluto da água. O coeficiente de distribuição de um composto orgânico entre um solvente orgânico e água pode ser variado por adição de cloreto de sódio na água (outros sais inorgânicos causam o mesmo efeito que o cloreto de sódio). Compostos orgânicos são menos solúveis em água com sal solubilizado do que em água pura e às vezes, essa diferença de solubilidade é dramática. Por essa razão, com uma dissolução simples de NaCl em água nós podemos diminuir a solubilidade de uma substância orgânica na água e consequentemente aumentar a distribuição de um composto orgânico em um solvente orgânico. Esse efeito é conhecido como salting-out.

         Para exemplificar e mostrar a importância dessa técnica, selecionamos o artigo: Otimização e validação da técnica de extração líquido-líquido com partição em baixa temperatura (ELL-PBT) para piretróides em água e análise por CG”.

Neste trabalho procurou-se adaptar, otimizar e validar a técnica de extração líquido-líquido e partição em baixa temperatura (ELL-PBT) de quatro piretróides em amostras de água. As melhores condições de extração e análise simultânea dos quatro piretróides foram otimizadas e posteriormente validadas com relação às principais figuras de mérito: exatidão, precisão, limites de detecção e quantificação, linearidade, sensibilidade e seletividade. A técnica otimizada e validada foi utilizada para avaliar a persistência desses piretróides em águas.

Apesar do desenvolvimento das técnicas de extração e microextração em fase sólida, a extração líquido-líquido continua sendo a mais empregada por ser uma técnica simples, que não exige instrumentação sofisticada, e de fácil execução.


Extração sólido-liquido
         
          A extração sólido-líquido consiste na separação de um ou mais componentes de uma mistura sólida através de um solvente líquido. Neste processo o contacto do solvente com o sólido lhe cede o componente solúvel e a separação da solução do sólido remanescente se dá por filtração, destilação, entre outras.

          O artigo “EXTRAÇÃO E ANÁLISE DE ORGANOCLORADOS EM SEDIMENTOS DO RIBEIRÃO SÃO BARTOLOMEU, VIÇOSA-MG” exemplifica a utilização da técnica de extração sólido-líquido na análise de contaminação ambiental:

O DDT (diclorodifeniltricloroetano) é um agrotóxico que tem alta eficácia contra o mosquito vetor da malária. Porém provocou contaminação de grande parte do ecossistema, sendo proibido na década de 80 no país. Uma forma de monitorar o índice de poluição de um local é através do estudo dos sedimentos. Os sedimentos são bons indicativos da contaminação por agrotóxicos e a busca de métodos de análise rápidos e eficientes são de grande importância para o monitoramento da poluição ambiental.  

Nesse trabalho, cinco padrões de organoclorados, αHCH, Aldrin,Heptacloro epóxido, Endrin e op’ DDT foram utilizados na otimização do método de extração e análise de organoclorados. Foram avaliados o limite de detecção, a linearidade de resposta do detector e a técnica de extração dos mesmos em sedimentos. Depois de estabelecidas as condições ótimas de extração e análise, o método foi aplicado para outros organoclorados em sedimentos fortificados, bem como no sedimento do ribeirão São Bartolomeu, Viçosa (MG). Os pesquisadores tiveram sucesso e otimizaram uma metodologia de extração de agrotóxicos organoclorados em amostras de sedimento de rio. O método apresentou taxas de recuperação superiores a 77% para 12 padrões estudados.

          Para continuar lendo acesse: http://www.revistaanalytica.com.br/ed_anteriores/13/extracao.pdf

Extração em fase sólida (SPE)

         Método de extração que separa amostras a serem analisadas usando uma fase sólida (sílica em pó, suporte polimérico em pó empacotado em um cartucho, entre outras) e uma líquida. É utilizada para a purificação de uma amostra, antes de analisá-la por cromatografia e outros métodos analíticos.  A SPE é uma das ferramentas mais poderosas e mais empregadas para a extração e/ou pré-concentração de analitos presentes em matrizes complexas.
Por exemplo, o artigo que se segue mostra a utilização da extração por fase sólida para determinar ácido fólico em leites e produtos lácteos. Este trabalho tem  objetivo  de  avaliar o  procedimento  de  extração  em  fase  sólida  para  limpeza  e concentração do AF em leites e produtos lácteos enriquecidos, utilizando uma metodologia por HPLC, em comparação com a extração líquido/líquido proposta por Catharino e Godo.
Muitos dos métodos empregados para a determinação de  ácido  fólico  e  folatos  em  alimentos  apresentam  alguns inconvenientes, como a baixa confiabilidade, precisão e sensibilidade, lentidão na análise e exatidão questionável. Na tentativa de superar essas dificuldades, métodos por HPLC têm sido desenvolvidos nos últimos anos. Mesmo com todas as vantagens apresentadas pela técnica, a boa resolução do sistema cromatográfico é influenciada pelas características do extrato. Extratos mais limpos e concentrações mais altas dos compostos de interesse promovem, respectivamente, o aumento da vida útil da coluna e facilitam a identificação e quantificação das substâncias desejáveis.

Another case of diethyl ether intoxication? A case report focusing on toxicological analysis

Foi encontrado um recente artigo: “Another case of diethyl ether intoxication? A case report focusing on toxicological analysis” publicado em 2011 cujo tema aborda a utilização de álcool etílico em suicídios com saco plástico e a maneira de se detectar esse tipo de substância volátil na autópsia. Mostra a utilização de métodos de escolha em detecção de substâncias.
Abaixo estão alguns trechos importantes do artigo e que remetem ao tema de toxicologia analítica.
“Diethyl ether was widely used as an anesthetic agent in many countries in the second half of the 19th century and the first half of the 20th century. For this reason the majority of lethal cases involving diethyl ether reported during this period were associated with anesthesia. We present a case of asphyxial death by plastic-bag suffocation with additional detection of diethyl ether in autopsy specimens. Autopsy initially failed to reveal the cause of death. Macroscopic and microscopic findings as well as subsequent toxicological examination procedures and results are pointed out in the present case report. Headspace gas chromatography with flame ionization detection (HS-GC–FID) coupled with gas chromatography/mass spectrometry (GC–MS) proved to be the method of choice for fast and reliable analysis of unknown highly volatile substances (other than blood alcohol). In this case the detection of diethyl ether in autopsy specimens led to further investigations by the police at the death scene. During these investigations a bottle bearing a diethyl ether label was found and confiscated, which proved the insufficiency of prior death scene investigation.
In order to evaluate the case from every possible angle, in such cases, especially when plastic-bag suffocation is suspected, we strongly recommend the collection of postmortem specimens in gas-tight vessels as well as the presence of a forensic expert at the death scene.” (…)

Case history - A middle aged man was found dead in his bed. A plastic-bag had been pulled over his head and was loose around his neck. Body temperature was 36.5 ºC and room temperature was 29 ºC. The body was placed on the floor by the emergency personnel, as shown in Fig. 1. You will also notice a gas mask, located on the office chair, as well as a green plastic-bag (white arrows in Fig. 1) being removed from the victim’s head during resuscitation attempts. No forensic expert was present at the death scene. (…)

                                                           Fig. 1. Death scene.


Screening of volatile substances in peripheral blood and urine by headspace GC–MS - Toxicological analyzes were performed with an Agilent G 1888 headspace sampler and an Agilent 6890 gas chromatograph coupled with an Agilent 5973 mass spectrometer and a flame ionization detector in parallel detection mode. (…)

Quantitative diethyl ether analysis by headspace GC–FID - Sample preparation: All the samples were defrosted, rapidly pipetted and analyzed twice: pure and spiked with diethyl ether by the standard addition procedure. In the case of pure samples, 200 µL of blood, urine, cerebrospinal fluid, stomach contents and bile samples was placed in a headspace vial and 200 µL of the internal standard tert-butanol as well as 20 µL of water were added and immediately sealed with butyl septa. An amount of 50–300 mg of solid tissue samples (lung, brain and fat) of each was rapidly weighed and transferred to the headspace vial. Internal standard as well as water were added before sealing. Sample preparation for spiked samples took place in the same way. Instead of 20 µL water, 20 µL of the standard stock solution with diethyl ether (1000 µg/mL) was used. Because of the high vapor pressure of diethyl ether, no addition of salt or further enrichment steps were necessary. Sample preparation at liquid nitrogen temperature seemed unnecessary. (…)

In the present case, autopsy only revealed uncharacteristic findings such as brain and hemorrhagic lung edema, which are often encountered as a consequence of a protracted agony phase. Neither signs of aspiration nor typical findings indicating an asphyxiation process could be seen. Finally, diethyl ether was detected in body fluids. The selected method documented above to analyze diethyl ether was adopted from Schulz et al. who validated the static headspace methodology for the analysis of low molecular substances like alcohols and congener substances.(…)

The relatively low concentrations of diethyl ether in the lung can be explained by the additional asphyxiation due to the plastic- bag as well as the resuscitation attempts. The concentration of diethyl ether in cardiac blood (237.6 mg/L) was below the concentration range published for surgical anesthesia (approx. 500– 1500 mg/L). Although the relatively low concentrations of diethyl ether in blood samples can be explained by the additional use of the plastic-bag and the resuscitation efforts made, we assumed that death was due to asphyxiation rather than intoxication. The manner of death was determined as unnatural.
After toxicological examination a diethyl ether bottle was found at the death scene, but it was not possible to state where it has been purchased by the victim. Because of the relatively high concentration of diethyl ether in the gastric contents the manner of administration was probably inhalation, followed by involuntary air deglutition. Nevertheless, oral ingestion may also be considered. Neither the plastic-bag nor the gas mask found at the death scene were examined toxicologically. The forensic relevance of the gas mask to this case still remains unclear.
Finally it can be stated that in cases where plastic-bag suffocation or the presence of volatile organic substances is suspected, we strongly recommend the collection of postmortem specimens in gas-tight vessels. The applied GC headspace MS analysis technique proved to be the method of choice for fast and reliable detection of unknown highly volatile substances (other than blood alcohol) in forensically relevant material. In such cases we strongly recommend the presence of a forensic expert at the death scene in order to evaluate the case from every possible angle.

Para visualizar o artigo complete, acesse o link a seguir: http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S1344622311000794


Bibliografia:

MONTICELLI, FABIO; et.al. Another case of diethyl ether intoxication? A case report focusing on toxicological analysis. Legal medicine, 2011.

Metodologia toxicológica

As metodologias de investigação toxicológicas passam por uma série de fases: rastreio, confirmação, quantificação e interpretação. Iniciam-se por um teste geral (que detecta um grande número de substâncias, permitindo fazer uma triagem de casos negativos) e, só numa fase posterior se recorre aos métodos de confirmação (que permitem confirmar a presença de substância suspeita, bem como identificá-la e/ou quantificá-la).
As técnicas de análise toxicológica variam desde os clássicos métodos não instrumentais, tais como reações volumétricas ou colorimétricas, até outros mais sofisticados para os quais se recorre a tecnologia apropriada, simples ou acoplada, como as técnicas espectrofotométricas (ex: espectofotometria de absorção molecular - UV-Vis, de infra-vermelhos - IR ou de absorção atómica - AAS), cromatográficas (ex: cromatografia gasosa – GC e cromatografia líquida - HPLC), imunoquímicas (ex: Elisa, imunoensaios com fluorescência polarizada – FPIA ou radioimunoensaio - RIA), e de espectrometria de massas - MS.
A preparação da amostra é um procedimento chave das análises toxicológicas, pois é nesta fase que se procede ao isolamento do tóxico com a intenção de lhe serem aplicadas as técnicas de análise instrumental.

Bibliografia:


 
 
Uma reportagem: “USP cria método mais eficaz e barato para identificar cocaína” mostra uma pesquisa que desenvolveu uma metodologia mais específica para o teste preliminar de cocaína apreendida pela polícia, já que o teste atual é colorimétrico e oferece uma grande gama de resultados falso positivos, diz a química Natália Biziak de Figueiredo, autora do trabalho. Natália criou, em sua dissertação de mestrado, dois eletrodos que funcionam em uma célula eletroquímica.
         Nessa célula, mede-se o potencial elétrico para certa substância química. "Uma das vantagens desse método é que cada substância gera um potencial específico, facilitando a distinção da cocaína", comenta. Além disso, a medição do potencial independe da quantidade de cocaína e de outras substâncias que estejam misturadas com ela. Natália também destaca que o método criado no estudo se mostrou tão eficiente quanto à técnica mais avançada utilizada pela polícia, a cromatografia líquida. Esta técnica é usada em testes finais e envolve uma série de etapas de preparação da amostra.
Apesar de sua eficiência, o método ainda não está completo, pois ainda é preciso realizar mais testes de validação com a nova técnica. 
                                                                                                                  
Bibliografia:

Toxicologia analítica


A Toxicologia, como a ciência que abrange todos os aspectos do estudo do efeito adverso de substâncias químicas, é considerada como uma ciência básica e aplicada. A análise toxicológica abrange a monitorização terapêutica, a monitorização biológica, o controle antidopagem, o controle da farmacodependência, assim como análises em substratos não biológicos como ar, alimentos, água, solo, dentre outros.
As análises toxicológicas têm a finalidade de realizar a identificação e quantificação da substância ou metabólito para diversas finalidades, sendo a médico-legal em material biológico a mais conhecida e utilizada, principalmente em ocorrências policiais/legais. Outra aplicação refere-se ao controle da farmacodependência no ambiente ocupacional. Um exemplo é vigilância de condutores de transportes coletivos. As análises toxicológicas são requeridas sempre que se torna necessário esclarecer, confirmar ou prevenir uma intoxicação.
De acordo com Moraes, Sznelwar e Fernicola (1991), quatro perguntas devem ser feitas, obrigatoriamente, antes da realização de uma análise toxicológica:
Para quê?
Finalidade
O quê?
Agente
Onde?
Amostra
Como?
Método

A finalidade orienta o planejamento analítico e deve, portanto, ser a primeira questão respondida. Quanto ao toxicante, é necessário saber se a análise deve ser direcionada ao agente precursor e/ou a um de seus produtos de biotransformação, ou ainda, avaliar algum indicador que aponte o efeito do toxicante no organismo. Uma vez definida a finalidade da análise e a natureza da substância ou indicador que se pretende reconhecer ou quantificar, deve-se selecionar a amostra que melhor represente a biodisponibilidade, a eliminação ou o efeito do agente tóxico no organismo. Nas intoxicações agudas, o sangue e/ou urina são as amostras mais usadas. O conteúdo gástrico, assim como restos de alimentos, medicamentos e resíduos de substâncias presentes em copos, colheres, seringas, etc., encontrados junto ao paciente, também podem ser analisados. Deve-se dar atenção especial à amostra quanto ao horário e recipiente da coleta, uso de conservantes, tempo e temperatura de armazenamento, e também ao tipo de anticoagulante adequado, no caso de amostras de sangue. Da seqüência das respostas anteriores depende a escolha do método mais adequado e disponível para cada tipo de análise. Existem análises extremamente simples, metodologias mais sofisticadas se disponíveis, podem ser utilizadas em análises quantitativas e de triagem, desde que se observe a finalidade analítica. Estas análises não devem ser realizadas indiscriminadamente, pois apresentam custo elevado.
Os testes de toxicidade são elaborados com o objetivo de avaliar ou prever os efeitos de substâncias tóxicas nos sistemas biológicos e averiguar a toxicidade relativa das substâncias que são preponderantes na avaliação do ambiente (BAROSA et al, 2003).